Entendendo os Peelings Químicos

O que é?

O peeling químico (do inglês to peel – descascar) é utilizado no tratamento de imperfeições da pele e consiste na aplicação de agentes químicos em sua superfície. O objetivo é causar uma lesão controlada das camadas da pele, que causará uma esfoliação seguida de regeneração.
O peeling químico é usado há mais de um século e, apesar das novas tecnologias existentes, continua frequente na rotina do dermatologista por sua praticidade, baixo custo e ótimos resultados.

Como funciona?

Peelings químicos consistem na aplicação de agentes que destroem as camadas superficiais da pele, seguindo-se, então, da sua regeneração, com uma aparência geral melhorada. É uma forma de esfoliar e acelerar a renovação da pele. Pode ser superficial, médio e profundo. Os peelings superficiais precisam ser feitos em séries, e sua descamação costuma ser fina, enquanto os médios e profundos são realizados em aplicações únicas, com descamação mais intensa e formação de crostas. Cada paciente deve ser avaliado pelo dermatologista que indicará o melhor tratamento.

Tipos de Peelings

O grau de descamação varia de acordo com o tipo do peeling, que pode ser superficial, médio ou profundo, dependendo da profundidade que atingem na pele. As substâncias utilizadas são várias (ácido retinóico, ácido tricloroacético, ácido glicólico, ácido salicílico, entre outras) em concentrações variadas, isoladamente ou associadas entre si ou com outros procedimentos.

Alguns dos agentes utilizados para a realização dos peelings químicos são:

Fenol – usado para realização de peeling profundo há aproximadamente 100 anos; atinge intensamente a pele; só é indicado para tratar o envelhecimento da face quando existem muitas rugas e a pele é muito clara; o resultado é excelente e duradouro, porém é necessária uma avaliação cardiológica, pelos possíveis efeitos colaterais;

Ácido tricloroacético (ATA) – pode ser combinado com outros agentes para a realização de um peeling médio no tratamento de rugas e cicatrizes;

Ácido salicílico ­– utilizado para a realização de peeling superficial, com melhora do aspecto da pele, redução das rugas finas e manchas, além de auxiliar no controle da acne;

Solução de Jessner e ácido glicólico – também usados para peeling superficial ou médio (neste caso combinados com o ATA), principalmente para o tratamento de rugas finas, manchas e acne;

5-fuoruracil (5-FU) – combinado com a aplicação prévia da solução de Jessner ou do ácido glicólico para o tratamento de queratoses actínicas múltiplas ou campo de cancerização;

Ácido retinoico – mais usado em creme no tratamento domiciliar do envelhecimento da pele; para peeling é usada uma solução de cor amarelada ou cor de base, com resultados satisfatórios no tratamento adjuvante da acne, melasma e envelhecimento cutâneo.

Após um peeling químico superficial a pele se refaz em um a quatro dias; já os peelings médios e profundos constituem uma ferida cuja cicatrização inicia-se em 24 horas e se completa dentro de sete a 15 dias.

Os peelings químicos não devem ser realizados se houver exposição solar, durante a gravidez, se existir alguma “ferida” aberta no local a ser tratado, se estiver sob estresse físico e mental ou apresentar hábito de “cutucar” a pele. As expectativas devem ser condizentes com cada tratamento. Proteção solar adequada é imprescindível.

Graus dos Peelings Químicos

Peeling químico superficial: o procedimento de peeling superficial é o menos profundo dentre todos, pois atinge as células apenas da epiderme, a primeira camada da pele. É indicado para o tratamento de acne, manchas e rugas leves. As substâncias químicas utilizadas são várias como o ácido retinóico, resorcina, ácido tioglicólico, ácido glicólico, ácido láctico e ácido salicílico. Essas substâncias causam uma descamação leve na pele. As sessões de peeling químico superficial podem ser realizadas com um intervalo de 1 a 4 semanas entre as sessões, dependendo do agente – até que o resultado seja alcançado.

Peeling químico médio: o peeling químico médio tem uma profundidade moderada e lesa as células epiteliais tanto da epiderme, a primeira camada da pele, quanto da parte superior da derme, a camada abaixo da epiderme, causando uma descamação espessa e escura. É indicado para o tratamento de cicatrizes de acne, manchas, lesões pré-cancerígenas e rugas mais pronunciadas. No procedimento, podem ser utilizados o ácido tricloroacético, o ácido glicólico ou uma combinação do ácido tricloroacético com a solução de Jessner ou com o ácido glicólico. Nesse caso, as sessões podem ser realizadas mensalmente, e menos sessões são necessárias.

Peeling químico profundo: o peeling químico profundo é o mais intenso dentre todos porque penetra na derme, a camada média da pele. Os resultados são os mais significativos, mas os riscos e desconforto no pós-operatório são maiores. É indicado para situações como o tratamento de rugas profundas, danos pronunciados causados pelo sol, envelhecimento avançado e lesões pré-cancerígenas. A substância utilizada no procedimento é o fenol, um ácido forte que necessita de extremo cuidado na utilização, devendo o peeling ser realizado sob monitorização cardíaca em ambiente hospitalar. O tratamento é contraindicado para pessoas com doenças cardíacas, hepáticas e renais.

O peeling é um procedimento muito utilizado na prática dermatológica, bastante seguro e com excelentes resultados, se realizado com indicação adequada e por um profissional qualificado.

Indicação

O peeling pode ser utilizado para fins terapêuticos ou cosméticos. A esfoliação causada pelo procedimento melhora o aspecto e a qualidade da pele, e as indicações mais comuns são: tratamento de manchas; envelhecimento leve, moderado ou grave e rugas; acne ativa (espinhas) ou cicatrizes de acne; estrias.

Podem ser realizados na face ou em outras áreas do corpo. Alguns agentes causam ardência ou sensação de queimação leve ou moderada durante sua aplicação, mas o procedimento normalmente é bem tolerado. A frequência da realização do peeling varia de acordo com a indicação e com o agente químico escolhido.

Os critérios utilizados para indicação de cada tipo de peeling compreendem idade, tipo da pele, área a ser tratada, grau de fotoenvelhecimento, objetivos desejados, habilitação do médico e fatores de cada paciente em particular.