Saiba como identificar e prevenir o Câncer de Pele

No Brasil, são estimados mais de 160.000 novos casos de canceres não-melanomas até o final de 2019, de acordo com o INCA.

De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), estimam-se 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.

Enquanto a regeneração celular ocorre de forma controlada e ordenada, os cânceres de pele são tumores decorrentes da multiplicação descontrolada de uma das células da pele. Cada subtipo de câncer de pele tem suas características únicas.

As formas mais comuns de câncer de pele podem ser primeiramente classificadas entre: melanoma e não-melanoma.

O melanoma (também conhecido como “melanoma maligno”) é a forma mais perigosa da doença, porém é a menos comum. Os não-melanoma são compostos principalmente pelo Carcinoma Basocelular (CBC) e Carcinoma Espinocelular (CEC). O Carcinoma Basocelular (CBC) é a forma mais comum da doença e também a menos perigosa.

Na representação abaixo é possível compreender melhor essas classificações.

TIPOS DE CÂNCERES DE PELE

Como dito anteriormente, as formas mais comuns de câncer de pele são:

1. CARCINOMA BASOCELULAR (CBC):

É responsável por aproximadamente 80% de todos os casos de cânceres de pele. Este câncer altamente tratável começa na camada basal da epiderme (a camada superior da pele) e desenvolve-se muito lentamente.

O CBC é o mais comum e menos agressivo dos cânceres de pele, apesar de sua natureza maligna ele cresce lentamente e raramente se dissemina, porem pode atingir tecidos ao redor da área afetada e destruir cartilagens e ossos. Atinge principalmente pessoas de pele clara, que se queimam com facilidade quando expostas sem proteção aos raios ultravioletas. Manifesta-se por meio de pápulas, nódulos ou placas, que não cicatrizam e sangram facilmente, podendo ter coloração branca, rosa claro, bege ou enegrecida, as bordas podem ser peroladas e apresentar telangectasias. Ocorrem com mais frequência nas áreas expostas ao sol, como cabeça, pescoço, braços, mãos e face.

2. CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC)

O carcinoma de células escamosas é responsável por cerca de 20% de todos os cânceres de pele. Embora seja altamente tratável, ainda é mais agressivo que o CBC.

Em geral, é mais agressivo e de crescimento mais rápido que o CBC, possuindo maior chances de se espalhar pelo organismo. Também pode apresentar-se como uma ferida que não cicatriza, com aparência endurecida, com descamação e crostas no local. O paciente normalmente apresenta sinais de dano solar intenso na pele, como rugas profundas e manchas. Ele pode surgir à partir de ceratoses actínicas, que são lesões pré-malignas causadas pela exposição solar excessiva sem proteção adequada. É comumente encontrado em áreas expostas ao sol, como face, orelhas, lábios e boca.

 3. MELANOMA

É um tipo de tumor maligno originado das células que produzem melanina (melanócitos, que proporcionam a pigmentação da pele). Esta é a forma mais agressiva e letal, necessitando de detecção precoce e tratamento eficiente.

O melanoma maligno geralmente surge em homens e mulheres de pele clara, mas pessoas de todos os fototipos de pele podem ser afetadas.

É o câncer de pele mais agressivo, com a capacidade de invadir qualquer órgão do corpo através do processo metastático. Ele pode surgir de novo (aparecer em pele sem lesão prévia) ou a partir de pintas pré-existentes. Devido a este fato, pessoas com muitas pintas e pele clara, que possuem antecedente pessoal ou familiar de melanoma, devem ter a pele examinada por inteiro no mínimo anualmente. A apresentação clinica é variável podendo apresentar coloração acastanhada, enegrecida ou avermelhada, com manchas, pápulas, placas, nódulos, entre outras formas. A lesão tem bordas irregulares e alterações na cor, ulceras, dor e/ou coceira.

 

O QUE CAUSA O CÂNCER DE PELE?

Os tipos de cânceres de pele se desenvolvem mais comumente a partir de uma combinação de predisposição genética e exposição solar. No entanto, a maioria dos casos está relacionada à alta exposição solar principalmente aos raios UV, que tem efeito cumulativo durante a vida. Em geral, as causas e os fatores de riscos podem ser:

  • Exposição prolongada ao sol: Exposição excessiva aos raios solares (principalmente sem proteção) acelera o envelhecimento da pele, além de aumentar as chances de desenvolver câncer de pele no futuro;
  • Pele clara: Pessoas de pele clara têm maiores riscos de desenvolver a doença do que as de pele escura, assim como albinos e ruivos, no entanto, pessoas de pele negra também podem desenvolver a doença;
  • Queimadura grave de sol: Prévias queimaduras solares graves aumentam as chances de desenvolvimento da doença no futuro;
  • História pessoal e familiar de câncer de pele: O histórico familiar de melanoma aumenta o risco em 2,2 vezes.
  • Baixa imunidade: Pessoas que possuem o organismo com baixa imunidade devido a leucemia, transplante de órgãos ou ao efeito da utilização de certas medicações, podem apresentar maior disposição a desenvolver o câncer de pele;
  • Idade: A maioria dos casos de melanoma é identificada em pessoas com idade a partir de 50 anos

Além desses, outros fatores de risco são:

– Queimaduras na primeira infância;

– Muitas sardas (efélides);

– Grandes ou muitas pintas;

– Exposição a certos produtos químicos, como o arsênio;

– Tabagismo;

– HPV (papilomavírus humano);

– Certas condições hereditárias raras, como a síndrome do nevo basocelular (síndrome de Gorlin) ou xeroderma pigmentoso.

 

SINAIS E SINTOMAS:

O câncer de pele pode surgir de formas muito diferentes de acordo com o tipo de câncer e do perfil do paciente. Sinais e sintomas comuns de cânceres de pele incluem:

  • Novas verrugas ou pintas irregulares (melanoma);
  • Novas manchas vermelhas ou manchas escamosas que não desaparecem com o tempo;
  • Feridas que não cicatrizam;
  • Pequeno inchaço ou nódulo na pele, principalmente em áreas expostas ao sol, como cabeça, pescoço, braços, mãos e face (CBC);
  • Nódulos ou manchas vermelhas escamosas da pele em áreas expostas ao sol, como face, orelhas, lábios e boca (CEC).

Já nos casos de melanoma, a doença geralmente inicia-se através de uma lesão cutânea. O envolvimento de outros órgãos, como pulmão, trato gastrointestinal, cérebro, entre outros, relaciona-se à disseminação da doença (metáteses), determinando maior gravidade do quadro.

 

DETECÇÃO PRECOCE – QUANDO SUSPEITAR?

A detecção precoce de um câncer de pele, em uma fase inicial possibilita uma maior chance de tratamento, com melhores resultados. Deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação ou alterações em uma lesão já existente que venha a aumentar de tamanho, mudar sua cor e forma, passando a apresentar bordas irregulares. Uma regra prática, adotada internacionalmente é a do “ABCDE” que consiste em:

  • A – Assimetria: Divida o sinal ao meio e observe se um lado é diferente do outro;
  • B – Bordas: Bordas irregulares são sinais de perigo;
  • C – Cor: Presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, azul, avermelhada);
  • D – Diâmetro: Lesões maiores que 5/6mm merecem maior atenção;
  • E – Evolução: Mudanças na cor, tamanho ou forma devem ser investigadas.

Na maioria das vezes, alterações como estas na pele, não são causadas por câncer, mas é importante que elas sejam investigadas por um médico dermatologista.

 

COMO PREVENIR O CÂNCER DE PELE?

PREVENÇÃO:

Proteger-se contra os raios solares, usando protetor solar diariamente e evitando horários de maior incidência dos raios, é ainda a melhor prevenção contra o câncer de pele. Além do filtro solar utilizar métodos de barreira contra o sol (roupa, chapéus, barracas, sombrinhas, etc.).

Pacientes com muitos sinais (pintas) e história previa de câncer de pele devem ser examinados por um dermatologista a cada 6 meses. Em casos de familiares de primeiro grau com historia de melanoma devem ser examinados anualmente. Lembrando aqui a importância do autoexame da pele (“Conheça suas pintas”).

À menor suspeita de alterações na pele, dermatologistas devem ser consultados para diagnósticos precisos e o início de cuidados, tratamentos e acompanhamentos.

 

TRATAMENTOS PARA O CÂNCER DE PELE

Entre os muitos tipos de tratamentos para o câncer de pele estão:

  • Cirurgia, incluindo os seguintes procedimentos:
    • Criocirurgia: Usando nitrogênio líquido para congelar e destruir o tecido;
    • Curetagem e Eletrocauterização: “Raspa-se” o tecido da pele em que há a lesão, seguido de cauterização da ferida com uma unidade eletrocirúrgica;
    • Excisão cirúrgica: Remove-se toda a lesão para impedir o crescimento do tumor;
    • Cirurgia micrográfica de Mohs: Remove-se a lesão camada por camada, através da análise microscópica das bordas da lesão durante o ato cirúrgico;
    • Terapia a laser: Usando um feixe de luz estreito para destruir as células cancerígenas.
  • Radioterapia: Usando raios-X para matar células cancerosas e encolher os tumores;
  • Terapia fotodinâmica: Usando um determinado tipo de luz e uma substância química especial para matar as células cancerosas.
  • Quimioterapia, incluindo os seguintes tipos:
    • Quimioterapia tópica: Administrada através de um creme ou loção sobre a pele para destruir as células cancerígenas;
    • Quimioterapia sistêmica: Administrada por via oral ou intravenosa para cânceres mais avançados.
  • Imunoterapia: Medicamentos orais ou injetáveis ​​para estimular o sistema imunológico do corpo e ajudá-lo a atacar e destruir o câncer.
  • Terapia direcionada: Através de medicamentos que visam partes específicas das células cancerígenas.

É extremamente importante a detecção da doença no estágio inicial, aumentando consideravelmente as chances de cura. Por isso, ao notar a presença de um ou mais sinais ou sintomas, o paciente deve procurar auxílio médico para efetuar o correto diagnóstico.

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