Queda de Cabelo, o que causa e como prevenir?

A perda dos cabelos ou alopecia é um problema que atinge muitas pessoas, homens e mulheres, em diferentes idades, afetando suas vidas de inúmeras maneiras. A alopecia é consequência de alterações do ciclo capilar que acarretam na perda excessiva de cabelos e pode ocorrer por falta de vitaminas, uso de substâncias cosméticas nos cabelos, causas hormonais e genéticas e até transtornos psicológicos.

CICLO EVOLUTIVO DOS CABELOS:

Estima-se que no couro cabeludo exista cerca de 100.000 fios de cabelo e que seu crescimento esteja em torno de 1,0 cm por mês. É esperada uma queda diária em torno de 100 a 200 fios.

No couro cabeludo, a fase de crescimento, denominada anágena, tem duração de dois a seis anos. A fase seguinte é a catágena em que ocorre a involução do folículo piloso, é a fase mais curta do ciclo, com duração de duas a três semanas. Segue-se a fase telógena, na qual o cabelo está mais fino e claro, e ocorre o desprendimento do fio, essa fase tem duração de três meses. A proporção normal esperada no couro cabeludo é de 85 a 90% dos folículos anágenos, 10% telógenos e menos de 1% catágenos.

 

O cabelo sofre influência de diversos fatores, sendo o fator hormonal um dos mais importantes e determinantes no crescimento e desenvolvimento do pelo.  Além da participação hormonal, fatores nutricionais e emocionais parecem exercer influencia relevante no ciclo do pelo.

PRINCIPAIS CAUSAS DE QUEDA DE CABELO:

  • Alopecia Androgenética (AAG): É caracterizada pela perda progressiva e contínua dos cabelos, de caráter benigno e pode ocorrer após a puberdade, e tornando-se mais evidente a partir dos dezessete anos em homens e entre os vinte e cinco a quarenta anos nas mulheres, que na maioria das vezes possuem níveis hormonais normais. Também, a AAG pode ser verificada na perimenopausa. Os padrões e progressão da calvície na AAG são influenciados pela hereditariedade.

    No homem as áreas mais afetadas são as frontoparietais (“entradas”) e/ou no vértice da cabeça, sendo que a perda de cabelo tende a ser mais exuberante quanto mais precoce for o inicio.O padrão mais comum de AAG nas mulheres é o de rarefação difusa da região superior do couro cabeludo, com preservação da linha de implantação frontal dos cabelos. Algumas vezes, ocorre acentuação frontal da alopecia, criando o padrão “em arvore de natal”.
  • Alopecia Areata (AA): É uma alopecia não cicatricial considerada uma doença autoimune, tendo os fatores genéticos como precursores da susceptibilidade individual e na severidade do quadro. Comumente se apresenta como placas ovais ou circulares de perda não cicatricial de cabelo. Outras apresentações incluem AA total (ocorre a perda dos pelos de todo o couro cabeludo); o padrão ofiásico (faixa de alopecia ao longo da periferia da região temporal e occipital); AA difusa, variante rara que se manifesta com rarefação difusa ou principalmente do topo do couro cabeludo; e, por ultimo a AA universal com perda completa de pelos do couro cabeludo e de todos os pelos do corpo.
  • Eflúvio Telógeno (ET): É um tipo de alopecia bastante comum na clínica dermatológica, sendo esta uma condição causada pela conversão prematura dos pêlos que estão na fase anágena (crescimento) para a fase telógena (repouso ou queda). De modo geral, o ET evolui dentro de um período de três e quatro meses após a instalação do agente desencadeante, que pode ser a partir de estresse físico ou emocional, administração de medicamentos, febre, parto, infecções e outros fatores que podem levar à queda capilar. É comum que quando o agente causador do ET seja eliminado, o processo de queda dos cabelos cessa e é possível verificar a recuperação total dos cabelos.
  • Eflúvio Anágeno (EA): É caracterizado por uma intensa agressão celular no folículo em crescimento, ou seja, na fase anágena, interrompendo a queratinização dos fios, causando um estreitamento abrupto do fio, fraturando-os e causando a queda com maior facilidade. A causa mais comum da EA se dá a partir de drogas quimioterápicas. Esta condição, principalmente por estar associado à pacientes que estão em tratamentos de cânceres, impacta em fatores de acesso social e aceitação, pois além de lidar com o câncer e o tratamento, precisam lidar com a queda inevitável dos cabelos. Os aspectos clínicos são observados pela queda exuberante e difusa dos fios, que iniciam entre uma e duas emanas após a radioterapia e/ou quimioterapia, evoluindo para a alopecia total em um a dois meses.
  • Alopecia Frontal Fibrosante (AFF): Foi inicialmente relatada em várias mulheres australianas, caucasianas (brancas) e pós-menopausadas. Embora a maioria dos pacientes sejam mulheres idosas, um padrão idêntico de perda de cabelo foi observado em mulheres na pré-menopausa. Há perda de cabelo progressiva ao longo da linha do cabelo anterior e nas sobrancelhas.
  • Dermatite Seborreica: Dentre as áreas do corpo acometidas pela dermatite seborreica, o couro cabeludo corresponde a cerca de 70% dos casos. As lesões presentes no couro cabeludo podem apresentar uma leve descamação e, em casos mais severos, há a presença de crostas melicéricas (amareladas) fortemente aderidas ao couro cabeludo e aos fios, podendo levar a quadros de alopecia. Dentre os sintomas, o prurido pode ser presente e em casos complicados haver infecções bacterianas secundárias.

 

TRATAMENTOS:

É necessário cada vez mais enriquecer o conhecimento a respeito dos tratamentos disponíveis para os diversos tipos de alopecia, visto a procura cada vez maior dos pacientes em relação a esta queixa. Atualmente, muitos tratamentos e novos procedimentos dermatológicos podem colaborar para a melhora de uma determinada condição do indivíduo, seja patológica ou estética.

O primeiro passo para o tratamento é avaliar as causas subjacentes ao aumento da queda e corrigir deficiências na saúde, como o caso de anemia e desequilíbrio hormonal, por exemplo.

Em seguida, usar produtos e medicamentos específicos para o quadro clínico diagnosticado. Assim, é possível fortalecer o cabelo, evitar a queda dos fios e nutrir o couro cabeludo – essencial para restaurar a saúde dos cabelos.

  • Medicações Tópicas: Minoxidil (produz diminuição da fase de latência, engrossamento do fio e aumento o tempo da fase anágena) ; Antralina; Difenciprona; Corticóides;  17-Alfaestradiol; Xampus contendo Cetoconazol 2% ou Pitirionato de Zinco 1%.
  • Medicamentos Orais: Finasterida; Dutasterida; Ciproterona; Espironolactona; Corticóides; Suplementação de Vitaminas e Minerais (Polivitamínicos); Cloroquina ou Hidroxicloroquina.
  • Procedimentos: Microagulhamento; MMP Capilar; Intradermoterapia; Plasma rico em plaquetas (PRP), Lasers, LED, entre outros.

Além disso, é possível realizar procedimentos de restauração capilar, através do transplante de folículos capilares de áreas mais espessas, na parte de trás da cabeça, para áreas mais finas, como na parte frontal ou superior da cabeça. Para esse processo, os folículos são colhidos individualmente e posicionados nas áreas de tratamento.

 

Lembrando que para o tratamento adequado deve ser realizado o diagnóstico completo, muitas vezes necessitando de exames clínicos e laboratoriais, análise dos fios (tricograma) e, em alguns casos, pode ser necessário a realização de biópsia do couro cabulo.

Aguardem em breve novas publicações sobre Tricologia estarão disponíveis aqui no Blog, explicações sobre os diversos tipos de procedimentos e outras informações especialmente dedicadas para os tipos específicos de queda de cabelo.